top of page

Um retrato nebuloso da alma brasileira

Foto do escritor: Diário EstudantilDiário Estudantil

Segundo Nelson Mandela não há revelação mais visível da alma de uma sociedade do que a maneira como ela trata as suas crianças. Infelizmente atualmente no Brasil há percepção de risco de violência contra crianças e adolescentes, o que nos revela, o modo como à sociedade brasileira é. Uma violência que se soma a inúmeras outras e acometem os jovens do país do futebol, uma atitude nebulosa a geração que será o futuro do pais.

Violência é uma opressão física ou moral exercida sobre alguém. No momento vigente o Brasil ocupa segundo uma pesquisa realizada pela ONG indiana Know Violence In Childhood, o país aparece em quinto lugar no ranking mundial, com 17 mortes a cada 100000 pessoas. Tais homicídios são de crianças e adolescentes. Um dado preocupante que na maioria dos casos é resultado do ambiente social, econômico, governamental e familiar. O modo como a sociedade vem se transformando em palco da criminalidade e da corrupção vem interferindo no comportamento. Uma pessoa não se torna agressiva por causa do aumento da violência, mas suas atitudes são uma somatória de fatores sociais que vem contribuindo para o aumento significante da violência.

O comportamento criminoso contra crianças impacta na vida social da juventude, desde problemas psicológicos até a economia. De acordo com a ONG Visão, os problemas com a violência contra crianças podem consumir 7% do PBI dos países latinos americanos. Afinal, uma atitude como essa faz com que o indivíduo fique traumatizado, apresentando baixo rendimento escolar, problemas de saúde infantil. O baixo rendimento escolar somado a outros fatores como a falta de estabilidade emocional, pode produzir futuros trabalhadores despreparados. Portanto em uma sociedade capitalista, onde o trabalho gera lucro, um trabalhador incapacitado no mercado de trabalho interfere no movimento de capital.

Os jovens brasileiros são protegidos pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, criado em 1990, e por leis complementares como exemplo, a lei Joana Maranhão, lei Menino Bernardo, Lei da Palmada, há leis também contra o trabalho infantil. Porém assim como ocorre com outras modalidades criminais, as leis inúmeras vezes não são cumpridas e também não possuem vigor. Uma vítima na maioria dos casos não denuncia seu opressor por medo. Como uma criança irá denunciar um opressor que mora dentro da própria casa? Como um jovem vai denunciar um vizinho se esse o ameaça? Como? Uma criança que está sobre constante opressão psicológica não consegue denunciar, não consegue falar a respeito, esse fator proporciona que uma denuncia não venha acontecer, muito menos que essas leis não sejam cumpridas.

Entender como a sociedade observa a agressão contra crianças e adolescentes é o primeiro passo para incentivá-la a enfrentar o crime, afinal, a maneira como a mesma trata a futura geração de trabalhadores é um reflexo de suas ideologias. Portanto solucionar esse problema é mexer na cultura e na educação dos povos. Governos, famílias, ONGs, igrejas precisam trabalhar em conjunto contra a crueldade que assombra a população brasileira. Não há uma solução fácil, mas o investimento e incentivo nessa batalha evitarão problemas futuros ao país.


Escrito por Tamires De Assis Leal

1 visualização0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

Comments


Faça parte da nossa lista de emails

© 2018 diário estudantil, por alunos do 2º ano "c" da escola Aurélio Buarque de Holanda Ferreira. Orgulhosamente criado com Wix.com

bottom of page