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“Nosso país está sendo invadido.” “Sem essa de abrir as portas para estrangeiros”. “tem gente que acha bonito o nosso povo importar mais pobres”. Esses são fragmentos de frases que foram coletadas pela revista Veja. Elas retratam o modo de pensar de brasileiros, que são caracterizados como acolhedores, hospitaleiros, porém essa característica parece não existir, pois a todo instante venezuelanos, colombianos, cubanos, haitianos são alvos de comentários discriminantes.
O preconceito contra estrangeiros tem nome, chama-se xenofobia. Basta conversar poucos minutos com alguns imigrantes que perceberemos que nosso povo não é acolhedor. Segundo uma pesquisa do IBOPE inteligência realizada em 2015, o Brasil é um dos países emergentes com maior rejeição aos imigrantes. Podemos até não perceber o fantasma da xenofobia nos rondando, mas os estrangeiros o percebem. É evidente que no país não há manifestações como pichações ou violência física contra imigrantes como ocorre em nações europeias, mas isso não significa que o preconceito não esteja presente, ele está em uma fala, um gesto, um olhar, uma ideologia.
Se analisarmos o passado histórico do Brasil poderemos identificar a discriminação dos primeiros chineses vindos na período Joanino, também podemos identificar a falta de tolerância religiosa como um ato xenofóbico, sem contar na questão da cor da pele. No entanto sou daquelas que defendem a causa da xenofobia sendo o desconhecimento. A sociedade não conhece a história dessas pessoas, desconhece a realidade em que esses indivíduos viviam diariamente antes de chegar aqui, então é fácil julgar, é fácil dizer a eles para procurarem empregos em seus países. Não temos nem a mínima noção das condições econômicas, políticas e sociais de algumas civilizações, a falta de conhecimento é um dos principais causadores do preconceito.
Os refugiados ou os imigrantes estão aqui em busca de melhores condições de vida, eles não irão tomar o emprego de nenhum brasileiro, muito pelo contrário irão beneficiar a população brasileira. Há engenheiros, médicos, enfermeiros, empreendedores, professores, arquitetos, pessoas com boa formação acadêmica que podem estimular o desenvolvimento. Indivíduos que realizarão tarefas que brasileiros não estão dispostos a realizar. As dificuldades de um estrangeiro para encontrar emprego já são inúmeras, não falam português, desconhecem as exigências do mercado de trabalho, enfrentam questões para revalidar seus diplomas, então a concorrência com os nativos é praticamente insignificante. Não devemos cometer a injustiça de achar que eles tomaram um lugar, pois isso não passa de um equívoco.
A xenofobia surge como meio de avaliar uma democracia, mas ela também é um reflexo do passado de cada nação, um passado que para nós brasileiros, não é de causar orgulho. Afinal, negros e índios foram escravizados, imigrantes vieram com o pensamento de ter sua própria terra, mas viram presos em dívidas eternas com os latifundiários. A discriminação é fruto de uma herança portuguesa. No entanto faz-se urgente uma mudança. Devemos agir como um povo acolhedor, hospitaleiro, amigável. Os imigrantes ou refugiados necessitam de meios para recomeçar sua vida, de acolhimento, o caminho para isso existe, mas é preciso uma integração entre eles e a sociedade.
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